Respeitados economistas europeus e americanos avisam que a crise econômica global ainda vai atingir maior gravidade nos países em desenvolvimento. Responsáveis pela saúde do mundo temem a pandemia suína. Mas não é destas crises que aqui se fala, e sim de outra, específica, de nítida marca brasileira. Nasce do descrédito das instituições democráticas, nas barbas do Pacto Republicano recentemente selado.
O País tem o presidente mais popular de sua história e goza de um prestígio internacional nunca dantes navegado, graças à simpatia e à vocação diplomática de Lula, e a uma política externa inteligente, independente e assertiva. Em contrapartida, a nação não alimenta a mais pálida confiança em relação ao Legislativo e ao Judiciário.
A opinião pública brasileira, por mais difícil que seja traçar-lhe os contornos, está indignada com os comportamentos dos parlamentares federais, entregues a uma mamata, como se dizia antigamente, sem precedentes. Muitos brasileiros fingem não perceber a evidência: a falta de decoro e pudor é apenas um dos aspectos de uma inesgotável trajetória de predações variadas e crescentes, a gerar uma crise moral que transcende largamente as fronteiras do Congresso Nacional.
Sem grande esforço tropeçaremos em desmandos iguais nas assembleias estaduais e nas câmaras municipais de todo o País, sem excluir a possibilidade de algumas, raras, surpresas. E sem falar da leniência mais ou menos generalizada em relação a valores éticos, em nome do célebre jeitinho, praticado em quaisquer níveis com a celebração do lema: aos amigos tudo, aos inimigos a lei.
Quanto ao Judiciário, é o império do presidente Gilmar Mendes, despótico não somente em Diamantino. O ministro Joaquim Barbosa não está enganado quando afirma que a Justiça está a ser “destruída”, embora nem todas as responsabilidades caibam a Mendes. Resta um fato indiscutível: o entrevero no STF, encenado ao vivo na semana passada do Oiapoque ao Chuí, teria cenário mais adequado se desenrolado em um botequim do arrabalde.
Barbosa também não erra quando recomenda prestar atenção aos humores da rua. Mendes pode contar com o apoio estratégico dos seus pares e de boa parte da mídia, espanta, porém, a maioria dos patrícios e os incentiva a desacreditar da Justiça a partir da sua mais alta instância. São sentimentos e pensamentos que vêm de longe, agora, entretanto, se exasperam.
É possível que a crise das instituições não esteja tão clara aos olhos dos privilegiados e dos aspirantes ao privilégio. Ou, ao menos, dos cidadãos prontos a se identificarem com a hipocrisia midiática. Assentam suas crenças no seu próprio bem-estar, e o resto que se moa.
Conviria, porém, entender as razões deste descrédito vertiginoso em que despencaram o Legislativo e o Judiciário. Não se exija dos descrentes que na operação espremam as meninges. Constatem, simplesmente, que o Brasil continua atado à cultura da escravidão, a da casa-grande e da senzala. A prepotência, a desfaçatez, a empáfia dos predadores baseiam-se na certeza da impunidade e na resignação popular. A casa-grande age à vontade porque se sente à vontade.
Sim, em outros tempos a crise das instituições submeteria o Brasil a riscos hoje inimagináveis. Gerados inclusive pela necessidade dos presidentes governarem com o apoio de oligarcas e apaniguados. A questão tornou-se crucial depois do enterro do Estado Novo, primeiro com Getúlio democraticamente eleito e enfim suicida, depois com JK, com Jânio e suas apostas falidas, com Jango até o golpe.
A composição não foi árdua, depois da ditadura, para Sarney e Fernando Henrique Cardoso, excelentes no cumprimento da praxe antidemocrática. A dificuldade de Lula está aí com a nitidez do meio-dia, apesar de seu talento de conciliador, talento que nem sempre convém à situação. Nos tais tempos idos a casa-grande, em meio à meteorologia turva, não hesitou em convocar seus gendarmes. Hoje os gendarmes não são mais aqueles e os senhores quem sabe se tenham convencido de que como está é bom para eles, bom demais.
A casa-grande porta-se, sempre e sempre, com extremo imediatismo. O presente é que interessa, predação-já. Houvesse a vontade de cogitar do futuro, creio que o Brasil teria tomado os rumos da contemporaneidade. Mas a casa-grande jamais se preocupou com a senzala.
Qual a sua opinião sobre isso tudo? Você concorda com o texto escrito pelo jornalista Mino Carta ou você discorda integralmente? Temos ainda solução? E qual seria a solução, pensada, ponderada que poderíamos ter?
Qual a sua opinião sobre isso tudo? Você concorda com o texto escrito pelo jornalista Mino Carta ou você discorda integralmente? Temos ainda solução? E qual seria a solução, pensada, ponderada que poderíamos ter?
10 comentários:
Nem descordo nem concordo totalmente! Penso que tudo tem um jeito, mas como já comenteipor aqui, a corrupção vem desde a população. Vàrias pessoas criticam a atitde dos políticos mas se tivesse em seu lugarfariam igual ou pior! concordo com a frase que diz que o povo tem os governantes que merecem. A maioria da população quer ver só o seu lado, e independentemente se estiver certo ou não, o jeitinho brasileiro arranja uma forma de fazer o errado para privilegiar o intereçdo. Se a populaçÃo vê tudo pelo seu lado acho que seria quase impossível "dar um jeito" acorrupção existente nos cargos públicos brasileiros.
Rhuana Tomaz Scaini terceiro Araranguá
É muito dificil concordar ou discordar de algo que depende muito do ponto de vista a ser discutido. O governo do Lula, foi um dos melhores destacando o Brasil internacionalmente como foi mencionado no texto, mais nao basta somente ser destacado fora, necessita de pessoas que ocupem honestamente os cargos publicos, que hoje sao tao disputados pelos humildes salários,para as pessoas se orgulharem do governo que tem . A sociedade mensiona os defeitos de muitos políticos e omiti as qualidades que dele foi obtido. Corrupçao existem em qualquer lugar, o que precisa ser mudado nao é a política e sim a vontade de muitos, de receber pelo o que trabalhou e nao o que deseja pra ter uma vida digamos que "confortavel". Concordo quando foi dito que a política tem que ser mudada.. mais discordo em omitir que é na politica que esta a corrupçao pois esta, está presente em quase todos os lugares que frequentamos no dia-dia sem possuir a politica envolvida.. A lealdade precisa aparecer pro própio brasileiro, para depois ele ter argumentos para condenar o proximo!
Thais Nazario Menegaz. Terceiro ano,Tubarão.
Acho que o Brasil tem problemas seríssimos, que, sinceramente, nao vao se resolver. Não acredito que haverá mudança, pelo menos não espontanea. Falta uma motivaçao para que os nossos corruptos (eleitos!) vejam que precisam acordar pra vida. Na verdade, falta uma catastrofe (maior que as viventes).
Nossos senadores fazem e desfazem e nao vao mudar de atitude por nada. Rídiculo, mas é isso aí.
Parei pra pensar nisso quando um professor, o mais centrado em mudar o mundo com pequenas açoes, parou e disse "Cansei". Cansou de fazer o certo e ver os outros, vizinhos, colegas, fazendo o errado. Viu-se pequeno demais no mundo.
Minha opiniao pra que serve? Vou dizer em que os políticos precisam mudar? Falta caráter, pensamento comum. Falta dignidade. Mas e aí?
A maioria alí só nascendo denovo.
Bruna Comelli
2A - Tubarão
Talvez nos seja muito fácil falar e difícil mesmo seria estar lá ( ou não...com aquela mordomia toda.).
Viemos nós, adolescentes aqui comentar sobre os políticos, falamos falamos falamos.... mas dos que votam, será que estão realmente indo atrás e investigando a fundo os planos de cada candidato que vão votar?
Realmente quem vota tem o governo que escolheu. Com tantas formas de saber as propostas de cada senador, deputado.... e a maioria dos brasileiros nem sabe o que eles fazem. Se saíssemos nas ruas e perguntássemos às pessoas em que senador e deputado votaram, seus planos e o qe eles everiam estar fazendo, concerteza boa parte se sentiria perdido. No entanto, se questionássemos se estas mesmas pessoas nao se indignam com a corrupção, cetmente elas diriam que sim. Incoerência total!
Todos reclamam e dizem que o povo e o governo têm que mudar. A diferença é que pouquíssimos lembram-se dissona época de eleições, quando esses problemas todos são omitidos da melhor forma possível.
Yasmim Niehues Silvano - 3ªº A Energia - Tubarão
Concordo em alguns aspectos, porém em outros não. Acho que apesar de ter muitos problemas o Brasil tem soluções que aos poucos podem ser tomadas.
Mas a questão é que os políticos que agora ocupam certos cargos não tem mais 'jeito'.
Poderíamos mudar muito o Brasil levando em conta a ideia do senador Cristovam Buarque e acabar de vez com o Congresso Nacional, afinal, tudo que ali ocorre só coném ao Judiciário ou Executivo, enquanto os demais são meros cooadjuvantes.
Maria Teresa Corso, 2º Ano - Araranguá.
O problema do Brasil não é de hoje, está nas suas raízes, desde sempre. O povo sempre foi muito explorado por pessoas que possuíam todos os tipos de privilégios possíveis e os poucos que protestavam não eram ouvidos ou simplismente os seus protestos não davam resultados satisfatórios. Muitas pessoas se importavam, lutavam, faziam o máximo que podiam, tinham realmente amor à pátria; mas não obtinham resposta a tudo isso. Então a consequência apareceu: para muitos conformismo, para outros extremo e irremediável cansaço. Esse não é um problema exclusivo daqui, acontece e muito pelo mundo afora; é praticamante impossível não existir corrupção. Sempre tem um que tenta dar um "jeitinho" para se sobrepor aos outros. Mas o que é importante pensar é que é difícil acabar com todos os tipos de corrupção, mas não é impossível diminuí-la ao máximo. Muitos dizem que a nossa geração é "acomodada", mas não concordo. Acho que temos um espírito de mudança, ainda que não exposto totalmente. Acredito na mudança do Brasil mesmo e tenho absoluta certeza de que um dia ele vai ser um país melhor, com mais igualdade. Só que isso depende de nós e a nossa responsabilidade se resume a uma palavra: VOTO. O mesmo aliado a honestidade e a vontade de ter um lugar melhor para viver trarão resultados sem precedentes.
Bárbara Piacentini - 2ªA Tubarão
Penso que nosso país tem problemas gravíssimos e que não vai ser de uma hora pra outra que irão acabar. Todavia, o povo tem grande culpa nisso, pois não escolhe direito os políticos.
Concordo plenamente que o povo tem o governo que merece, uma vez que o poder de escolha está nas nossas mãos. Não damos valor, ainda, ao nosso voto e só teremos um Brasil melhor quando começarmos a pensar muito bem antes de votar.Devemos votar com responsabilidade, escolhendo realmente um político que olha pelo povo. Um que faz projetos que visem o melhor para nós brasileiros) e não para ele, como muitos fazem para aumentar o próprio salário, como se não ganhassem que chega.
Está na hora de acordar, porque se não daqui a pouco pode ser tarde de mais.
Amanda Wessling Demay
3ª A - Tubarão
Concordo com vários pontos do texto.
Penso que o Brasil tem sim solução, o que não tem como mudar são esses políticos corruptos que não param de roubar, e o pior de tudo é que ninguém fala nada.
Para conseguirmos mudar nosso país é preciso que o povo eleja as pessoas certas, que vote com consciência. Caso contrário o Brasil só se afundará cada vez mais na corrupção.
Bianca Marchi Pires
Energia Tubarão
3ªºA
Concordo parcialmente com trechos pelo texto citados. O País, mesmo que com um governo que melhorou bastante a "imagem" externa do Brasil, ainda possui muitos problemas a serem resolvidos internamente. Para estes, não haverá uma mudança por vontade própria, a iniciativa precisa começar por nós cidadãos que temos o direito de escolher nossos governantes. Eles fazem, mandam, mudam e enquanto tiverem autoridade para isso.
A mudança precisa partir de nós, antes que esse quadro torne-se uma situação irreversível.
Fernanda Bortolato Rodrigues - 3ªA
Colégio Energia Tubarão
Concordo plenamente com o que diz o texto.
No entanto, acredito que para tudo existe uma solução, por mais difícil que esta possa ser.
Como já o fiz anteriormente em outros comentários, volto a repetir que o problema maior é o povo e a sua falta de educação.
Inserida nesse contexto, fica ainda a falta de cultura..
Todavia, essa situção só pode ser resolvida a partir de atitudes tomadas pelo governo, o qual encontra-se muito satisfeito com a situação atual, infelizmente.
Não podendo esqueçer que a grande maioria dos políticos só toma decisões de rápido aproveitamento, na tentativa de acumular votos para a uma reeleição.
Desta maneira, pondero eu que, se ninguém fizer nada, tudo continua como está. Que é o que todos os comodistas preferem.
Só considero interessante destacar, que fazer a sua parte, ja ajuda em muito, e não é tão difícil assim!
Aja de forma correta e com ética, não interessa quanto o errado pareça mais fácil ou lucrativo.
Tenha consciência de seus atos, incluinso aí, seu voto.
MEXA-SE!
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