sexta-feira, 30 de abril de 2010

Reconhecimento Internacional

A melhor avaliação sobre a escolha do presidente Lula como um dos líderes do planeta, feita por Rosane Oliveira, do Jornal Zero Hora.

Reconhecimento internacional

Nada vai mudar nas nossas vidas pelo fato de a revista Time incluir o presidente Lula na lista das cem pessoas mais influentes do mundo e um dos 25 na categoria líder, mas é bom para o país esse tipo de reconhecimento. No mínimo, mostra que o Brasil existe no mapa da política internacional para os leitores de uma das revistas mais prestigiadas do planeta. Ao lado de Lula, apenas mais um brasileiro figura na lista dos cem mais da Time: o arquiteto Jaime Lerner, ex-governador do Paraná e principal responsável pela transformação de Curitiba no que ela é hoje.

A Time é apenas mais um veículo estrangeiro de comunicação a incluir o presidente brasileiro entre os líderes mais influentes do mundo. Financial Times, El País, News Week e Le Monde já incluíram Lula em listas desse tipo. O Fórum Econômico Mundial, que Lula combatia com ferocidade quando era um candidato de oposição, deu a ele o título de estadista global, que ainda não foi entregue porque o agraciado passou mal pouco antes do embarque para a Suíça e teve de ser internado.

A esse reconhecimento internacional se somam sucessivos recordes de popularidade no Brasil. São raros os opositores que questionam as pesquisas de popularidade como no início, porque sabem que seria impossível todas estarem erradas. Preferem, então, questionar os critérios de jornais e revistas estrangeiros. Ontem, a crítica mais emblemática veio do deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC):

– Ou a revista ficou louca ou ganhou um patrocínio de uma estatal brasileira.

É um tipo de pensamento típico de quem defende a filosofia do “é dando que se recebe”. Reações como a de Bornhausen devem incomodar o cavalheiro José Serra, que reagiu com fidalguia ao ser perguntado sobre o título, quando ainda se pensava que Lula era o primeiro da lista e que Barack Obama aparecia em quarto. Depois, a Time explicou que não se tratava de um ranking: que o primeiro e o último da lista tinham peso idêntico. Serra registrou, mas manteve a avaliação de que esse tipo de reconhecimento é bom para o país. Homem inteligente que é, Serra deve saber que reações como a de Bornhausen ajudam a levantar a popularidade de Lula e expõem a fragilidade da oposição.